Memória: o DNA pode guardar uma enorme quantidade de dados por milhares de anos |
No futuro, talvez você não precise de um pen drive para salvar seus arquivos, mas apenas do seu DNA. A Microsoft
conseguiu escrever cerca de 200 MB de dados na estrutura de um DNA.
Entre as informações estavam 100 clássicos da literatura e um vídeo da
banda americana OK Go.
Está é a maior quantidade de dados já gravados em um DNA. O recorde anterior,
estabelecido em junho deste ano, era de 22 MB. “É mil vezes mais do
havia sido feito no ano passado. Apenas demonstrar que podemos ampliar
nossos métodos, já é algo muito importante”, disse Luis Ceze, professor
da Universidade de Washington (instituição parceira da Microsoft) ao site Mashable.
Uma das vantagens do DNA é que, em teoria, ele pode guardar enormes
quantidades de informação. Karin Strauss, pesquisadora-chefe da
Microsoft, disse em entrevista para o MIT Technology Review que estima que uma caixa de sapatos cheia de DNA poderia deter o equivalente a 100 centros de dados gigantes.
Além disso, se mantido em um local fresco e seco, a estrutura pode
manter os dados por até milhares de anos. Para vias de comparação, a
fita magnética utilizada para guardar arquivos por longos períodos de
tempo duram algumas décadas.
O motivo para realizar o projeto, segundo Strauss, está relacionado ao
fato de que tecnologia de armazenamento não está evoluindo na mesma
velocidade que a quantidade de dados cresce.
Mas o que está nessa fita de DNA? Além dos livros e do vídeo, também
foram armazenadas cópias da Declaração Universal de Direitos Humanos em
várias línguas e o banco de dados da Crop Trust, um órgão que protege a
diversidade de cultivos.
Aliás, os pesquisadores colocaram o clipe musical, pois “eles [a banda]
são inovadores e estão trazendo diferentes coisas de áreas distintas
para a sua área, e nós sentimos que estamos fazendo algo similar”.
Como o armazenamento foi feito
Você lembra quando o professor de biologia explicou que cada cadeia de
DNA é constituída por um padrão repetido de quatro bases químicas:
adenina (A), citosina (C), guanina (G) e timina (T)? Para tornar os
dados compatíveis com o DNA, os pesquisadores precisaram converter os 1s
e 0s de arquivos digitais binários para essas letras: ACGT.
A segunda parte do armazenamento foi feita com a ajuda da empresa Twist
Bioscience. Os cientistas converteram os dados recém-mapeados em DNA
sintético. Ceze explica que o DNA natural já é um dispositivo de
armazenamento, afinal ele é usado para guardar as informações sobre os genes. “Nós estamos apenas mapeando um tipo diferente de dado na estrutura.”
Para tornar possível a leitura dos dados, os pesquisadores utilizaram
uma técnica chamada de “reação em cadeia de polimerase”. Ela serve para
amplificar as fitas do DNA. Desse modo, os cientistas conseguiram
retirar um pedaço da estrutura e converte-la em bits para que as
informações pudessem ser lidas em uma memória RAM codificada.
Apesar de a iniciativa ser incrível, ela custa caro. Strauss acredita
que o valor para escrever e ler o DNA irá cair com o decorrer dos anos.
Ceze também especula que em futuro próximo esse processo será rápido e
barato. “Eu acho que é justo dizer que nós iremos ver algo concreto
nesta década e isso vai afetar a vida das pessoas e o uso de computadores.”
Postado por Hadson Bastos
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