Homem olha através de binóculo: no futuro, autogestão será realidade no trabalho |
O expediente tradicional - ou seja aquelas 8 horas (no mínimo) com seu chefe
acompanhando todos os seus passos e relatórios no escritório – caminha
para a extinção. No seu lugar, ganham força novas modalidades de
trabalho e gestão, em que a autonomia é a regra de ouro.
A conclusão é da pesquisa
mundial Future of Work (Futuro do Trabalho) realizada pela ADP com 2
mil funcionários de empresas com 250 ou mais empregados. Brasil e países
como Estados Unidos, Canadá, México, Chile, Reino Unido, França,
Alemanha, Holanda, Austrália, China, Índia e Cingapura estão
representados no levantamento que indicou cinco pontos que vão guiar a
maneira como se trabalha nos próximos anos. Confira as principais
tendências que estão na pesquisa:
1. Liberdade
A liberdade de poder escolher como, onde e em que horário trabalhar dá o
tom do futuro nas empresas. “A gente pode traduzir essa tendência como flexibilidade”,
diz Mariane Guerra, VP de recursos humanos de ADP do Brasil. Entre os
brasileiros, 77% querem ter controle e flexibilidade para trabalhar onde
e do jeito que quiserem.
O ambiente de trabalho vai se adaptar às necessidades pessoais, segundo
Mariane. “As novas tecnologias já permitem que as pessoas se conectem.
Na prática isso já acontece”, diz ela.
2. Conhecimento
O estudo indica que 75% dos brasileiros entrevistados acham provável a
adoção da tecnologia como o principal instrumento de aprendizado e
registro de novos conhecimentos no meio corporativo. “As pessoas querem
ter acesso ao aprendizado online e isso revoluciona a maneira como as
empresas organizam seus treinamentos”, diz Mariane.
A sofisticação das ferramentas de EAD tem paulatinamente enfraquecido
resistências e essa modalidade de estudo, ano a ano registra aumento no
número de adeptos.
Na ADP, já há exemplos desta mudança. No lugar de congressos só para convidados, eventos online democratizam o acesso à informação.
Na ADP, já há exemplos desta mudança. No lugar de congressos só para convidados, eventos online democratizam o acesso à informação.
3. Autogestão
Mais uma tendência que aponta para o protagonismo do profissional no
trabalho e para o avanço da tecnologia. “Ninguém mais vai pegar na mão
do funcionário e controlar sua produtividade”, diz Mariane.
A administração do desempenho da equipe deixará de ser restrita aos
gestores, o que deve redefinir a relação de trabalho entre superiores e
subordinados, segundo a pesquisa. “O mundo caminha para que as
estruturas sejam menos hierarquizadas e mais colaborativas”, diz
Mariane.
Autogestão não significa que não haverá mecanismo de controle de
desempenho. A tendência é que feedback e reconhecimento ganhem dinamismo
e sejam feitos em tempo real.
Vale destacar que o Brasil é um dos países mais resistentes à essa
tendência. Por aqui, só 39% dos entrevistados acreditam que as empresas
do país irão investir em sistemas de autogestão nos próximos anos.
4. Estabilidade
É a tendência que mais surpreendeu a VP de recursos humanos da ADP porque trata-se de um novo conceito de estabilidade.
Menos ligada ao emprego e mais relacionada ao potencial de empregabilidade, a pesquisa mostra a transferência da gestão de carreira das empresas para os profissionais, que passam a trabalhar sob demanda e não por contratos de longo prazo.
Menos ligada ao emprego e mais relacionada ao potencial de empregabilidade, a pesquisa mostra a transferência da gestão de carreira das empresas para os profissionais, que passam a trabalhar sob demanda e não por contratos de longo prazo.
“O foco é a administração da rede de contatos que é o que vai garantir a possibilidade de trabalho no futuro”, diz Mariane.
5. Significado
Em tempos de crise, quem procura emprego
pode até pensar que significado é a última das prioridades quando se
tem uma lista de contas a pagar. Talvez por isso, os brasileiros sejam
os mais desconfiados do valor do propósito no trabalho: só 34%
consideram este um aspecto fundamental.
Mas, assim que a situação econômica melhorar, é fato que o salário vai
perder força na hora de segurar um profissional a um emprego que não
faça sentido ou que não esteja conectado às aspirações pessoais do
profissional. Segundo Mariane, vale aqui uma máxima: “a guerra de
talentos acabou. E os talentos venceram. ”
Fonte: http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/5-tendencias-sem-volta-do-trabalho-no-futuro
Postado por Hadson Bastos
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