Uma pesquisa que durou 30 anos mostrou que a ingestão de gordura saturada, presente na manteiga e carne vermelha, aumenta o risco de morte prematura
Segundo o estudo de Harvard, a aumento de 2% no consumo de gorduras trans foi associado com um aumento de 16% no risco de morte prematura. No caso da gordura saturada, cada aumento de 5% no consumo esteve ligado a uma probabilidade 8% maior do risco de morrer. |
Comer alimentos ricos em gordura saturada, como manteiga, queijo,
banha de porco, carne vermelha, biscoitos, bolos e tortas, aumenta o
risco de morte prematura. A conclusão é de um estudo publicado
recentemente no periódico científico JAMA Internal Medicine.
Felizmente, substituí-las por gorduras insaturadas ou
poli-insaturadas, presentes em óleos de origem vegetal, alguns peixes,
nozes e sementes, reduz a probabilidade de morte por doenças cardíacas,
respiratórias, câncer, Parkinson e Alzheimer. Para chegar a estas
conclusões, pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados
Unidos, acompanharam a dieta, a saúde e o estilo de vida de mais de
120.000 pessoas, ao longo de três décadas, por meio de questionários
respondidos a cada dois ou quatro anos.
Os resultados mostraram que as pessoas que comeram mais gorduras
saturadas e trans tiveram taxas de mortalidade mais elevadas do que
aquelas que consumiram o mesmo número de calorias em carboidratos. A
pesquisa apontou também que a substituição das gorduras saturadas
pelas insaturadas presentes em alimentos vegetais – como azeite extra
virgem, óleo de canola ou de soja – pode trazer “benefícios substanciais
para a saúde e deve continuar sendo uma mensagem essencial nas
recomendações nutricionais”.
“Houve confusão generalizada na comunidade biomédica e no público em
geral nos últimos anos sobre os efeitos de tipos específicos de gorduras
na saúde. Esse estudo documenta benefícios importantes das gorduras
insaturadas, especialmente quando elas substituem gorduras saturadas e
trans.”, disse Dong Wang, principal autor do estudo.
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As gorduras trans, incluindo as parcialmente hidrogenadas como a da
margarina, tiveram os piores impactos na saúde: cada aumento de 2% na
ingestão dessas gorduras estava associado com um aumento de 16% no
risco de morrer mais cedo. No caso da gordura saturada, cada aumento de
5% no consumo esteve ligado a uma probabilidade 8% maior do risco de
morrer.
Estudos anteriores mostraram que a ingestão destas gorduras está
associada ao aumento do colesterol no sangue, o que leva ao depósito de
placas nas artérias que, por sua vez, pode causar infarto ou acidente
vascular cerebral (AVC).
Por outro lado, a ingestão de grandes quantidades de gorduras
insaturadas ou poli-insaturadas, como ômega-3 e ômega-6, encontrados em
óleos de peixe, de soja e de canola, foi associada à redução de 11% a
19% no risco de morte, em comparação com o consumo do mesmo número de
calorias provenientes de carboidratos.
Mesmo o consumo de pequenas quantidades de gordura poli-insaturada no
lugar da saturada já traz grandes benefícios para a saúde. Segundo o
estudo, substituir 5% das calorias ingeridas provenientes de gorduras
saturadas (cerca de 15 g) por poli-insaturadas, reduz a chance de morte
prematura em 27%.
Enquanto alguns especialistas ressaltaram que o estudo foi
observacional baseado em questionários, o que, portanto, não confirma
uma relação de causa e consequência, o resultado geral está em
consonância com muitos outros grandes estudos sobre alimentação e saúde.
Postado por Hadson Bastos
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