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Mostrando postagens de setembro, 2018

A idade do leite

Pescadores-coletores que viveram há 3 mil anos em área hoje do litoral catarinense amamentavam filhos até 2 anos de idade  Materiais arqueológicos do sítio de Jabuticabeira II, em Laguna, como a mandíbula e os dentes de bebês (Foto de Léo Ramos Chaves) Ossos e dentes encontrados em sítios arqueológicos podem guardar informações importantes sobre os indivíduos a que pertenceram, como traços anatômicos, idade aproximada e presença de doenças. A reconstituição dos hábitos alimentares, ainda que de forma parcial, também é possível por meio da análise da concentração de diferentes isótopos estáveis de dois elementos químicos que se preservam no esqueleto humano: carbono e nitrogênio. Um trio de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) usou essa abordagem para analisar fragmentos de 60 indivíduos, adultos e crianças, que viveram, entre 3.100 e 1.500 anos atrás, na área hoje ocupada pelo sambaqui Jabuticabeira II, sítio arqueológico localizado no município litorân

Cientistas unidos

No pós-guerra, pesquisadores fundaram em São Paulo associação que iniciou onda de criação de instituições de pesquisa Não bastaram as referatas , os animados encontros das sextas-feiras entre os cientistas do Instituto Biológico de São Paulo com outros intelectuais, artistas e um público geral para tratar de novidades da ciência e da cultura. Em 1948, em busca de espaços mais amplos para promover a circulação de ideias, criou-se a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Priorizando a comunicação entre pesquisadores, a agremiação ganhou espaço ao lado de instituições de pesquisa ou de apoio à ciência que emergiram na década de 1950 e moldaram as formas de produção do trabalho científico válidas ainda hoje no país. “A SBPC foi uma forma de autoafirmação dos cientistas de São Paulo”, observa a historiadora da ciência Maria Amélia Mascarenhas Dantes, professora sênior do Departamento de História da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Univ

Industrial Biotechnology and Bioprocessing Seminar

  October 8th, 2018 | 8.30 a.m. – 12.00 p.m. SENAI CETIQT - Rua Magalhães Castro 174 Riachuelo, Rio de Janeiro - RJ Industrial Biotechnology and Bioprocessing Seminar 08:30 – 09:00 | Welcome coffee 09:00 – 09:15 | Opening Ceremony: SENAI-Fraunhofer Cooperation in Applied R&D for the industry - Dr.-Ing. Markus  Will, Head of Fraunhofer IPK Project Office Brazil 09:15 – 10:00* | “Main Challenges on the Scale up of Bioprocesses: Examples of Successful Cases” - Dr.-Ing. Susanne Zibek, Fraunhofer IGB 10:00 -  10:40 | “SENAI Innovation Institute for Biosynthetic and the Synthetic Biology Platform” - Dr. Aline Dumaresq, ISI Biosynthetic 10:40 – 11:10 | “Process Intensification for Biorefineries” - MSc. João Bruno Bastos, ISI for Biosynthetic 11:10 – 11:45 | “SENAI Initiatives: Funding Opportunity and New Collaborative Platform for the Chemical Industry - Dr. Mariana Doria, ISI for Biosynthetic 11:45 – 12:00 | Closing Remarks - SENAI CETIQT & Fraunhof

Desafios para além da pós-graduação

Recém-doutores enfrentam dificuldades para ingressar no mercado de trabalho Está cada vez mais difícil para os jovens doutores se inserirem no mercado de trabalho acadêmico. Não bastasse a concorrência — somente em 2017, mais de 21 mil doutores se formaram no Brasil —, o atual cenário econômico afetou a oferta de vagas para professores e pesquisadores assistentes, e estágios de pós-doutorado, fundamentais para o aprimoramento de habilidades científicas e intelectuais, e aquisição da experiência necessária para estabelecer e gerenciar um laboratório ou grupo de pesquisa. A situação também não é favorável à docência no setor privado. “Muitas universidades particulares evitam a contratação de doutores acima do número mínimo exigido pelo Ministério da Educação para diminuir os custos”, diz o biólogo Hugo Fernandes-Ferreira,  professor do curso de biologia da Universidade Estadual do Ceará (Uece), em Fortaleza. Enquanto isso, o número de doutores no país cresceu 4

Autorizadas 25 novas usinas geradoras de energia renovável

Energia mais limpa O Ministério de Minas e Energia autorizou a instalação de 25 novas usinas geradoras de energia elétrica de matriz renovável - 14 solares, oito eólicas, duas hidrelétricas e uma termelétrica de biomassa (bagaço de cana). A previsão é que, a partir de 2021, quando todas as obras forem concluídas, 883 megawatts (MW) de potência sejam acrescidos ao Sistema Integrado Nacional. Segundo o Ministério, os investimentos alcançarão R$ 4,5 bilhões e deverão gerar 4.040 empregos diretos. O Ceará foi o estado mais contemplado: serão 14 usinas solares, nos municípios de Limoeiro do Norte e Caucaia, com previsão de R$ 2 bilhões em investimentos. As demais usinas serão instaladas na Bahia, Minas Gerais e Mato Grosso. Na Bahia, deverão ser aplicados R$ 630 milhões para colocar em funcionamento quatro usinas eólicas no município de Campo Formoso. O plano para Minas Gerais prevê a construção de quatro usinas solares em Francisco Sá e Jaíba, uma termelétrica em Frutal e um

Microscópio crioeletrônico detalha vírus em nível atômico

O microscópio revelou a estrutura atômica completa do vírus, incluindo átomos de oxigênio (vermelho), nitrogênio (azul), carbono (amarelo) e enxofre (verde).[Imagem: Yong Zi Tan et al. - 10.1038/s41467-018-06076-6] Vírus com detalhes atômicos Pesquisadores aprimoraram a técnica de criomicroscopia eletrônica a ponto de detalhar um vírus em nível atômico. Yong Zi Tan e seus colegas do Instituto Salk e da Universidade da Flórida, nos EUA, acreditam que isso permitirá viabilizar o uso seguro de vírus como agentes terapêuticos, no transporte de medicamentos para dentro do corpo humano e em terapias gênicas, por exemplo. "Nós aplicamos uma série de procedimentos diferentes que anteriormente só foram descritos em teoria. Demonstramos experimentalmente, pela primeira vez, que eles podem ser usados para melhorar drasticamente a qualidade desse tipo de imagem," disse o professor Dmitry Lyumkis, coordenador da equipe. Esses vários avanços técnicos foram usados para criar

28º PROGRAMA BOLSAS DE VERÃO CNPEM

O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais – CNPEM – realizará o  28º Programa Bolsas de Verão (PBV), que estimula jovens estudantes com vocação para a pesquisa científica e o desenvolvimento tecnológico. O Programa é destinado exclusivamente a estudantes matriculados em cursos de graduação universitária das áreas de Ciências Exatas e da Terra (Inclui as Engenharias) e das Ciências Biológicas e da Saúde de instituições universitárias localizadas em países da América Latina e Caribe. O desafio do estudante é desenvolver um projeto proposto por Orientador e apresentar resultados em formas de comunicação oral (seminários) e comunicação escrita em forma de relatório final de pesquisa. O 28º PBV ocorrerá em janeiro e fevereiro de 2019, no campus do CNPEM, em Campinas, Estado de São Paulo. No CNPEM estão agrupados quatro Laboratórios Nacionais: o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), o Laboratório Nacional de Ciência e Te

Museu Nacional ficou com 0,09% dos recursos livres da UFRJ em 2018

Maior repasse dos últimos anos correspondeu a 0,22% do total das despesas livres BRASÍLIA — Destruído por um incêndio no último domingo, o Museu Nacional sofreu com reduções nos repasses de recursos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) nos últimos sete anos. Segundo dados do governo federal, de 2012 a 2018, o museu recebeu, em média, R$ 559 mil. No melhor ano, 2013, a instituição ficou com R$ 959 mil, o que representa apenas 0,22% do total das despesas livres da UFRJ, de R$ 430 milhões. Bombeiros trabalham no Museu Nacional - Marcelo Theobald / Agência O Globo Ainda de acordo com os números da equipe econômica, em 2017, o valor repassado foi de R$ 364 mil, ou 0,09% dos gastos discricionários da Universidade, que somaram R$ 398 milhões. Em 2018, o valor previsto é de R$ 376 mil, o que representa o mesmo percentual de 0,09% dentro dos gastos livres. Os números deixam claro que a maior parte dos recursos da UFRJ são tomados por despesas obrigatórias (essencialmen

Morte de um museu

morte de um museu por ROBERTO DAMATTA Um museu que morre por falta de apoio oficial é o que se colhe quando se elegem governantes ignorantes e burros-doutores Como um museu pode morrer? Afinal, museus têm muito de cemitérios: eles guardam relíquias, e espécimes embalsamados de fauna, flora, artefatos de sociedades tribais desaparecidas e obras de arte; além de livros — muitos livros que, fechados, jazem ao lado dos diários daqueles que passam a vida dentro deles para aprender o que existe do lado de fora. Ficam fora do mundo para vê-lo com suas doenças, traições, erros e sofrimento. Neste sentido, um museu é um palácio de tesouros e de objetos sagrados. De artefatos deslocados no tempo e no espaço, ininteligíveis aos olhos comuns. Tal perspectiva me ajuda a elaborar a morte do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, no qual trabalhei como antropólogo social por cerca de três décadas. Ao vê-lo ser impiedosamente lambido pelas chamas, pensei nos meus mentores — Luiz d