Investigadores apresentaram um método “Cavalo de Tróia” que consegue atacar vários tipos de cancro sem efeitos secundários
Uma vacina universal, desenvolvida por
um grupo de investigadores alemães, capaz de combater o cancro através
do sistema imunitário traz uma nova esperança para os doentes
cancerígenos.
Criada em laboratório, a vacina “cavalo de Tróia” é
composta por nanopartículas que contêm o código genético do cancro
(RNA) envolvido numa membrana de gordura. Estas partículas são injetadas
na corrente sanguínea dos pacientes para simular uma virose e infiltrar
células imunitárias especializadas. Estas células descodificam o RNA
incorporado nas nanopartículas e desencadeiam a produção de antígenos
cancerígenas. Por sua vez, esses antígenos irão ativar linfócitos T
(glóbulos brancos responsáveis por defender o organismo de agentes
desconhecidos) que atacarão as células cancerígenas.
O estudo,
publicado esta semana na revista Nature, foi efetuado em ratos com
cancro em estado avançado e em três humanos. Em todos os casos, o
sistema imunitário reagiu mas não há provas de que os cancros tenham
sido totalmente curados.
No primeiro paciente, um tumor num
gânglio linfático diminui depois de tomar a vacina. Outro paciente, cujo
tumores já tinham sido cirurgicamente removidos, ficou livre de cancro
sete meses depois da vacinação. O terceiro paciente, com oito tumores
que começaram na pele e se espalharam até aos pulmões, viu os seus
tumores a ficarem “clinicamente estáveis”, diz o estudo.
É a
primeira vez que se consegue resultados tão positivos através de uma
vacina universal, mas o tratamento de cancro através da imunoterapia já é
utilizado para tratar alguns doentes em vários países. Mas alguns
cancros como o cancro dos pulmões, melanomas e cancros cerebrais e no
pescoço são difíceis de tratar com esta técnica.
Encontrar
medicamentos que consigam eliminar as células cancerígenas sem danificar
as células saudáveis tem sido bastante difícil. A quimioterapia, por
exemplo, ataca os dois tipos de células. É por isso que o recurso à
imunoterapia é um grande avanço no tratamento do cancro, uma vez que as
células cancerígenas não são vírus e bactérias que podem ser eliminadas,
mas sim mutações dentro do nosso próprio ADN.
No entanto, esta
vacina ainda se encontra num estado inicial. “É preciso investigar mais
pessoas, com diferentes tipos de cancro e por períodos de tempo mais
longos, para podermos dizer que descobrimos uma "vacina universal contra
o cancro", disse Helen Rippon, chefe executiva do Instituto de
Investigação para o Cancro.
Segundo os investigadores, as vacinas
são baratas e fáceis de reproduzir, podem ser produzidas para todo o
tipo de tumores através da codificação RNA e, além de alguns espirros,
não apresentam graves efeitos secundários.
Fonte: http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2016-06-06-Vacina-universal-pode-ser-a-cura-para-o-cancro
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