Estudo realizado no Brasil, e publicado na Scientific Reports,
confirmou o efeito coadjuvante do produto no tratamento da complicação
renal decorrente do diabetes
fonte: http://www.jornaldaciencia.org.br/edicoes/?url=http://jcnoticias.jornaldaciencia.org.br/7-cha-verde-reduz-drasticamente-a-perda-de-albumina-em-diabeticos/
Estudo realizado em humanos demonstrou o efeito positivo do chá verde
na melhora da nefropatia causada por diabetes. Artigo a respeito acaba
de ser publicado na revista on-line Scientific Reports, do grupo Nature: “The
use of green tea polyphenols for treating residual albuminuria in
diabetic nephropathy: A double-blind randomised clinical trial”.
A pesquisa foi realizada pela doutoranda Cynthia Borges e liderada
pelo médico José Butori Lopes de Faria, professor titular de Nefrologia
da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenador do projeto
temático “Efeitos
do chá verde (Camellia sinensis), do cacau e de um doador de óxido
nítrico na nefropatia e retinopatia diabética: papel da redução do
estresse oxidativo e da inflamação e do aumento do óxido nítrico”, apoiado pela Fapesp.
Reportagem sobre esse projeto, enfocando pesquisas com modelos
animais (camundongos e ratos) e culturas de células (de camundongos e
humanas), havia sido publicada na Agência Fapesp em novembro de 2015. O novo estudo, realizado in vivo em indivíduos com diabetes, corroborou amplamente os resultados.
“Realizamos um ensaio clínico com 42 pacientes diabéticos, portadores
de doença renal secundária ao diabetes, todos eles recebendo o melhor
tratamento disponível, incluindo dose máxima de bloqueador do sistema
renina-angiotensina [este último é considerado o padrão ouro para o
tratamento da doença renal associada ao diabetes]. Metade dos
integrantes do grupo recebeu extrato de chá verde e metade recebeu
placebo. O grupo que recebeu o extrato de chá verde teve uma redução de
41% na albuminúria [perda da proteína albumina por meio da urina], ao
passo que o grupo que recebeu placebo teve um aumento de 3%”, relatou
Faria à Agência Fapesp.
O ensaio foi do tipo randomizado [isto é, a seleção para integrar um
ou outro subgrupo se deu ao acaso] e duplo-cego [isto é, nem os
pacientes nem os pesquisadores sabiam quem estavam recebendo chá verde e
quem estava recebendo placebo]. “Mantida a medicação para todos os
pacientes, os que receberam chá verde consumiram, diariamente, durante
12 semanas, uma quantidade de extrato que continha 800 miligramas de
epigalocatequina-galato, um polifenol que constitui o principal
princípio ativo do produto. Essa dose, que equivale a três xícaras de
chá, já havia sido utilizada em um estudo com pacientes com câncer e se
mostrado segura”, informou o pesquisador.
É normal eliminar albumina na urina. Mas isso ocorre em quantidades
muito pequenas, de até 30 miligramas por dia. Os pacientes selecionados
para o ensaio, porém, eliminavam quantidades muito superiores, apesar do
tratamento medicamentoso. Este foi, aliás, um critério adotado para sua
seleção. “Essa albumina provém do sangue do indivíduo. O sangue passa
pelos rins originando o que chamamos de ‘ultrafiltrado’, e é esse
‘ultrafiltrado’ que, depois de sofrer algumas transformações, dá origem à
urina. No ‘ultrafiltrado’ de uma pessoa normal, a quantidade de
albumina é muito baixa. Porém no paciente com doença renal em
decorrência do diabetes ela se torna bem maior”, disse Faria.
“Nós já havíamos demonstrado, nos estudos em modelos animais e em
culturas de células, que essa perda acentuada de albumina se deve à
destruição de podócitos, as células que formam a barreira que restringe a
passagem de proteínas do sangue para a urina. É a perda da função dos
podócitos que faz aumentar a quantidade de albumina na urina. No
presente estudo, demonstramos também que o plasma de pacientes
diabéticos e com doença renal era capaz de induzir a morte de podócitos
humanos in vitro. E que, nessa condição, a epigalocatequina-galato
conseguia prevenir a morte de tais células. Essas observações sugerem
que o efeito benéfico do chá verde nos pacientes diabéticos tenha
ocorrido por redução na morte dos podócitos”, explicou o pesquisador.
“Nosso estudo foi realizado com um grupo pequeno de indivíduos. É
preciso reproduzi-lo em um grupo maior, com mais tempo de
acompanhamento. De qualquer forma, o resultado obtido é bastante
expressivo e promissor. Finalmente, vale ainda ressaltar que os efeitos
colaterais do extrato de chá verde foram mínimos e não diferiram dos
efeitos colaterais observados no grupo placebo”, finalizou o
pesquisador.
fonte: http://www.jornaldaciencia.org.br/edicoes/?url=http://jcnoticias.jornaldaciencia.org.br/7-cha-verde-reduz-drasticamente-a-perda-de-albumina-em-diabeticos/
Comentários
Postar um comentário