Pequenos organismos, grandes contribuições para a ciência
Um descendente microbiano de uma das primeiras vidas terrestres é capaz de sobreviver comendo meteoritos – e isso é um excelente material de estudo para que os pesquisadores descubram mais sobre diferentes tipos de vida que já existiram universo afora.
Sabe-se que os seres humanos e todos os outros animais precisam se alimentar de matéria orgânica para sobreviver. Contudo, o organismo unicelular Metallosphaera sedula (ou M. sedula) é capaz de produzir sua energia vital comendo coisas não vivas, como metais. Essa característica possibilita que o minúsculo ser se reproduza até mesmo em condições extremamente hostis.
Para saber até onde vai a resistência do M. sedula, uma equipe de cientistas da Universidade de Viena, na Áustria, decidiu alimentá-lo com um pouco do meteorito Northwest Africa 1172, um fragmento espacial de 120 kg encontrado na região noroeste do continente africano em 2000.
Os pesquisadores dividiram o teste em três diferentes experimentos: um grupo de M. sedula foi colocado em placas esterilizadas do Northwest Africa 1172, outro foi alimentado com pedaços moídos do meteorito e, por fim, um grupo de controle foi alimentado com calcopirita, um mineral composto por cobre, ferro e enxofre.
Para a surpresa dos cientistas, o pequeno organismo preferiu o meteorito a comida terrestre. “Descobrimos que a reação é bastante feliz”, afirmou a pesquisadora Tetyana Milojevic. “Nossos alunos no laboratório também notaram imediatamente que as células são muito vívidas, estão dançando na rocha espacial”.
Com a ajuda de um microscópio eletrônico, a equipe dirigida por Milojevic captou quais metais do meteorito foram ingeridos pelo M. sedula e transformados quimicamente, mesmo após a morte dos organismos. De acordo com os cientistas, os rastros deixados podem ser úteis na busca por vida extraterrestre.
“Realizamos este estudo para revelar impressões digitais microbianas – microfósseis contendo metais – deixadas em material extraterrestre rochoso. Isso deve ser útil para rastrear bioassinaturas para a busca da vida em outras partes do universo. Se alguma vez a vida ocorresse em outro planeta, impressões digitais microbianas semelhantes ainda poderiam ser preservadas no registro geológico”, finalizou Milojevic.
Fonte: Futurism
Texto retirado de: https://pcworld.com.br/organismo-que-come-meteorito-pode-ser-util-na-busca-por-vida-extraterrestre/
Postado por Cláudio H. Dahne
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