Se a ciência brasileira fosse uma pessoa, ela hoje estaria internada na CTI e respirando por aparelhos. Este quadro, considerado "dramático" por especialistas consultados pelo EL PAÍS, é resultado de sucessivos cortes orçamentários nos últimos anos. Em 2017, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) sofreu um corte de 44% do orçamento que estava previsto para este ano. "Agora a gente está brigando para manter os tubos de soro, a alimentação e os remédios essenciais à sobrevivência do paciente", explica Ildeu de Castro Moreira, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que se juntou a outras entidades científicas para tentar reverter esta tendência no orçamento de 2018. "Os cortes na ciência mostram uma falta total de percepção do que é importante e o que não é para o desenvolvimento de uma sociedade", opina João Fernandes Gomes de Oliveira, vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC)....